Por que devemos questionar o conceito de igualdade e trabalhar a ideia de equidade no ambiente corporativo?
Texto por Diego Taketsugu*
Para responder à pergunta do título, primeiramente é preciso entendermos de onde vem o conceito de igualdade. Não, esse não é um conceito novo, pelo contrário! O conceito de igualdade vem desde o movimento Iluminista, do século XVIII, que inaugurou a filosofia do liberalismo, baseada na liberdade e igualdade de todos perante a lei. No final do século, veio a Revolução Francesa, baseada nos pilares iluministas e liberais, para dar fim ao Absolutismo na França, com o lema liberdade, igualdade e fraternidade.
Mas o que é, afinal, a tal da igualdade?
A igualdade, enquanto ideia filosófica, é a suposição de que as pessoas são todas iguais e, por isso, não merecem privilégios ou desvantagens inatas. Ou seja, só porque uma pessoa nasceu em uma família de bilionários, ela não deve gozar de privilégios (pelo menos não pela lei) em relação a alguém que nasceu em uma família pobre.
Os problemas começam quando começamos a perceber que as pessoas não são todas iguais. Olhe ao seu redor em seu ambiente de trabalho. Com certeza há pessoas com crenças, ambições, gostos, medos e ansiedades diferentes das suas. Quando vamos analisar toda a cadeia produtiva de uma empresa, isso só fica mais evidente. Será que o CEO de uma empresa de refrigerantes é igual ao motorista de caminhão da mesma empresa? Claro que não! Então por que nós devemos fingir que são?
Equidade e um ambiente plural
Vamos fazer uma rápida analogia, então. Imagine que, em uma loja de calçados, chegam dois profissionais. Ambos querem um calçado adequado para trabalhar, sendo que um deles é um advogado e o outro é um jogador de futebol. Segundo o conceito de igualdade, o vendedor da loja daria um par de chuteiras para cada. Ou ainda um par de sapatos sociais para cada. Claramente, isso não está certo! Mas, se o vendedor analisar bem a situação, ele dará o par de chuteiras ao jogador e o par de sapatos sociais ao advogado e todos ficarão satisfeitos. Isso se chama equidade e também não é um conceito recente. Trata-se de algo já trabalhado por Aristóteles na Grécia Antiga. O filósofo acreditava que o conceito de equidade era inseparável do conceito de justiça.
Logo, um bom gestor deve analisar minuciosamente sua equipe, com suas diferenças e individualidades, para poder atender as demandas e necessidades de sua equipe, plural como ela deve ser, e sem “dar um par de chuteiras para o advogado” ou “um par de sapatos sociais para o jogador”.
*Estagiário Gente Mais sob supervisão da jornalista Thayná Fogaça
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