“A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio.” Esta é uma afirmação dita por Martin Luther King Jr., em 1964, e hoje, quase sessenta anos depois, pode ser aplicada com exatidão ao mundo do trabalho atual.
Os fatos (ou crises) ocorridos nos dois últimos anos geraram insegurança quanto ao futuro e exigiram um rápido poder de adaptação das empresas e dos profissionais. As empresas tentam, ao seu modo, se adaptarem a uma nova realidade.
Quanto aos profissionais, nos últimos meses, vimos um fenômeno acontecer: a demissão voluntária de milhares de profissionais de seus empregos, que começou nos Estados Unidos e chegou ao Brasil com muita força, atingindo patamares inimagináveis. O fenômeno chamado de Great Resignation é o termo usado para demonstrar o enorme movimento de demissão voluntária de funcionários de seus empregos.
Ao invés de uma mera “Grande Renúncia”, na qual as pessoas simplesmente desistem e vão embora, essa disruptura mostra uma grande quantidade de funcionários se movimentando no mercado de trabalho.
Os trabalhadores assumiram o seu protagonismo e estão ajustando um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional e fazendo escolhas deliberadas quanto ao próximo rumo de suas carreiras.
Pode-se somar a tudo isso, uma pesquisa da Mindsight, empresa de tecnologia especializada em gestão de pessoas, realizada com mais de 2.300 entrevistados, que constatou que 9 em cada 10 pessoas relacionam a síndrome de burnout a modelos de liderança que não se preocupam com a sobrecarga de tarefas,.
Todos estes fatores apontam para a necessidade da liderança assumir a importância do seu papel na atualidade, para criar um ambiente positivo e saudável que seja um dos fatores de retenção de talentos, além de tornar a equipe mais colaborativa e produtiva.
Dois tipos de posturas de líderes surgiram para atender esse novo foco nas pessoas e nas relações humanas. A primeira postura é inclusiva, que mostra escuta ativa, empatia e comunicação assertiva, além de ser tolerante e de mente aberta. Sabe que para manter o time engajado, é fundamental realizar uma gestão humanizada, pois de acordo com a pesquisa da “Deloitte” 70% do engajamento de uma equipe depende da qualidade do seu líder. Assim, cabe ao líder ajudar seus colaboradores a serem genuínos no trabalho, alinhados com as expectativas das Gerações Y e Z e com uma força de trabalho cada vez mais diversificada.
A segunda postura é a do líder-servidor, que valoriza as opiniões dos outros. Ele é facilitador que encoraja e apoia o crescimento e desenvolvimento dos membros da equipe. Também elogia e dá feedbacks valiosos à sua equipe.
A liderança também tem de inovar, proporcionando o protagonismo aos seus liderados, ou seja, dando-lhes autonomia na forma de conduzir os processos. Além do mais, conceder liberdade e a possibilidade de decidir a exploração de ideias alternativas. Caso não haja autonomia, não se consegue soluções criativas e inovadoras e as pessoas tenderão a fazer apenas aquilo que lhe é determinado.
Ainda, o fato de empoderar e qualificar seu time faz com que se crie um ambiente favorável para que jovens lideranças comecem a se destacar e desempenhar seu papel com maior excelência, atingindo resultados de alta performance.
Finalizando, é preciso destacar que ele deve reavaliar as velhas práticas de liderança e abrir espaço para uma gestão que equilibre a afetividade e a efetividade, refletindo em equipes mais engajadas e com resultados exponenciais.
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