Tenho pensado a alguns dias sobre jornada, propósito, carreira, resultado...enfim, tenho pensado muito sobre o que eu tenho escolhido para minha vida.
E quando nos colocamos como alunos, buscando aprender, entender, o universo se coloca como professor, pronto para nos oferecer todas as respostas se estivermos atentos a elas.
Talvez você me conheça, talvez não, então brevemente vou lhe dizer quem sou eu. Nascida numa cidade pequena do interior de São Paulo, tive uma infância privada de algumas regalias. Eu sempre me indignei sobre não poder ter as coisas que meus amigos tinham. De precisar comprar coisas de segunda mão...de nunca ter aquele tênis da moda. Mas isso nunca me fez sentir ingratidão. Pelo contrario, me deixava ainda mais obstinada em conhecer as raízes de minha família. Num determinado momento da vida, eu descobri que a corrida que a maioria das pessoas da minha família corriam, eram diferentes das que eu queria correr...então sem pedir permissão abandonei aquela corrida para começar a minha própria corrida.
Eis que me deparei então com um mundo cheio de corridas, e eu, desesperada para descobrir qual era a minha, comecei a correr vários campeonatos - você já compreendeu nesta altura do texto que tipo de corrida é esta né? – mas se não compreendeu ainda, sem problema continue a leitura.
Eu corri provas rápidas, meias maratonas, maratonas inteiras... acho que quase corri um Ironman. Mas no final de cada corrida, não sentia que aquela medalha no meu pescoço era realmente minha.
Muitas coisas passam em nossa cabeça neste momento: Será que eu sou ingrata para não ver tudo o que a vida está me dando? Será que vale a pena voltar e começar de novo? Será que eu devo fingir que está tudo bem, para ficar tudo bem?
Muitas são as duvidas quando não corremos a nossa corrida. O mundo nos impõe e nos influencia a ir onde todo mundo está..., mas nem sempre aquele é o melhor lugar para nós.
E com meus quase 40 anos (ai meu Deus!) estou eu aqui, ainda procurando a minha corrida.
“Mas Tati, você faz tantas coisas, e ainda não encontrou sua corrida?” – Pra ser sincera hoje eu consigo detectar quais corridas eu não quero correr, mas ainda me confundo com quais corridas devo correr. Ainda o mundo parece um ambiente com milhões de oportunidades e eu não gosto de perder nenhuma.
O que me motiva a escrever este artigo é que assim como eu, está tudo bem se você ainda não encontrou exatamente sua corrida. O que eu torço mesmo, é que assim como eu, você perceba que existe algo apenas seu, preparado pelo universo para ser seu ponto alto de realização, e que embora busque ou ache a corrida do vizinho melhor que a sua, o que o mundo lhe reserva é extraordinário. Só esteja atento as respostas que ele lhe traz todos os dias.
Tati Souza.
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