“A experiência constantemente molda o cérebro e, nesse sentido, o cérebro é moldado pela experiência.”
Oliver Sacks
Quando somos crianças experimentamos mais a vida através das diversas brincadeiras. Brincamos com desconhecidos na pracinha, levamos o brinquedo à boca, tocamos texturas diferentes, olhamos para os olhos das pessoas curiosas, medimos com as mãos as paredes e o chão.
Quando somos crianças gritamos alto sem um motivo racional, cantamos com mais ousadia, performamos no palco da sala, da cozinha e até na rua. Tocamos todos os instrumentos de brinquedo que ganhamos e até os de verdade.
Experimentamos porque ninguém pergunta a uma criança sobre o que ela gosta geralmente. E isso é bom!
Uma criança se torna inteligente mentalmente e emocionalmente quanto mais for estimulada em seu cérebro. Por outro lado, pesquisas da Universidade de Cambridge e Harvard relatam que jovens de 14 anos estão com o campo de visão fechado porque não brincam, só ficam no celular, vídeo game e telas em geral.
As brincadeiras de pega-pega, por exemplo, a criança corre para frente, mas possui uma visão lateral. Hoje as crianças quando brincam de pega-pega escondem só a cabeça e não escondem o corpo, não percebem o todo, seu corpo, a visão geral está muito limitada.
A área visual localiza-se na região posterior e média do crânio, formando a base deste. É também a mesma área de reconhecimento emocional. Imaginem este jovem que não possui estímulo de visão lateral se formar médico e não perceber as emoções no rosto de seus pacientes? Líderes que possuem pontos de vista fixados que não ouvem ninguém, não agrega opiniões e não delega? Um professor que se preocupa apenas em transmitir o conteúdo, não percebendo o contexto de seu aluno bem como a utilidade de seu conteúdo na vida particular de cada um?
E o que acontece com o adulto? O adulto experimenta bem menos e pensa bem mais. Ao atravessar a fase da escolha de uma Curso Universitário parece que ele se identifica tanto com o SER ESTUDANTE DE UM CURSO UNIVERSITÁRIO que esquece que ele não é somente um estudante, ele é muito mais que isso.
O adulto também não é só o profissional. Os adultos mais estimulados quando crianças possuem mais experiências e vivências musicais ou esportivas. E isso é bom!
De qualquer modo nós utilizamos muito pouco nossas áreas cerebrais. Poderíamos usar mais se ao entrarmos na fase adulta continuássemos a experimentar.
NUNCA DEIXE UMA ÁREA DE SEU CÉREBRO SE TORNAR MATO.
O cérebro está sempre economizando energia (oxigênio e glicose) e para isso ele automatiza determinados movimentos para não gastar energia.
Certamente você consegue andar de bicicleta aos 40 anos, mesmo que não ande há 20 anos.
Isto acontece porque as informações necessárias para executar os movimentos ficam armazenadas no sistema extrapiramidal, no cérebro. Este armazenamento ajuda a economizar energia cerebral que seria gasta caso tivéssemos que aprender tudo de novo. Este mecanismo também funciona para ler, escrever, tocar um instrumento, atividade esportiva e dirigir.
Já sabemos que o cérebro economiza energia. Imagine usar poucas áreas do cérebro?
Se houver um acidente a pessoa vai precisar de outras áreas cerebrais. Se houver algum problema a pessoa pode ficar empacada na sua visão limitada. Ela precisa resolver mais rápido.
Rotina é importante, mas precisa ter uma flexibilidade mental, não se deve entrar em depressão porque alguém não escolheu você para gerir um projeto.
A cada coisa nova que você faz, você utiliza novas conexões. Precisamos sempre fazer coisas diferentes. Pessoas fixas são aquelas que fazem a mesma coisa todos os dias.
Sentam-se no mesmo lugar, ouvem as mesmas músicas, trilham pelo mesmo caminho, almoçam no mesmo horário. Elas economizam energia agindo assim. E sabe o que acontece quando o cérebro aprende coisas novas? Ele sente um cansaço daqueles! Por quê? Porque gasta mais energia, gasta oxigênio e glicose. Neste momento ele começa a sabotar. O cérebro só quer proteger você. É o momento das crenças negativas virem à tona.
DICAS DA MARIVEL:
1- Crie sua rotina com três tarefas diárias, quando você der conta, tique e se aplauda (ativado o sistema de recompensa);
2- Aprenda algo novo, seja uma língua, um esporte, uma habilidade instrumental (ative uma área cerebral desconhecida);
3- Ensine à sua mente que você é o protagonista desbravador agora (lembre-se que o cérebro economiza energia e vai enviar mensagens sabotadoras).
Lembrete: se você tiver mais de três tarefas diárias, marque com cores fortes as tarefas mais importantes. Mas lembre-se que é melhor ter poucas tarefas com foco e sucesso que muitas tarefas improdutivas ou intermináveis.
Se possível insira um aprendizado sobre área de exatas no seu dia. Em breve abordarei este tema!
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