A estória que vou contar dizem que aconteceu num Estado do Brasil conhecido pela malemolência folclórica de seu povo.
Dois amigos estavam deitados em suas redes na varanda da casa, à beira de uma estrada. Exatamente nessa hora passou um carro forte e deixou cair um pacote de dinheiro. Ao tocar no solo as notas se desprenderam e começaram a voar ao sabor do vento. Tudo isso sob os olhares atentos dos dois amigos.
Foi quando um dos amigos falou para o outro: - Meu rei, você está vendo o que estou vendo? É dinheiro demais e pela cor das notas deve ser de cem reais.
E o outro amigo retrucou:
- Estou vendo sim. Mas acho que hoje não é nosso dia de sorte.
E o outro amigo não entendendo nada, quis saber o porquê. Foi quando o outro complementou:
- Bem que esse vento poderia trazer o dinheiro para nós, mas está levando para o outro lado da estrada!
Por mais que isso pareça estranho esse tipo de comportamento é natural do ser humano, a nossa famosa zona de conforto.
Nos trazemos o instinto primitivo de fazer o mais fácil, confortável e prazeroso, preferindo ficar no mundo que já conhecemos, do que enfrentar o desconhecido que nos causam nenhum medo, ansiedade ou risco.
O medo de enfrentar o novo e a dor que toda transformação traz, leva o ser humano a ficar acomodado, vivendo uma vida sem sentido.
Não há sucesso sem dor. Aquela famosa frase: No pain no gain; é muito verdadeira. Sem trabalho e dedicação não é possível alcançar vitórias. Tudo na vida tem o seu preço. E um deles é sair dessa condição.
Mas em compensação trazemos também um desejo nato de crescer e conquistar algo melhor, onde possamos expressar toda nossa grandeza interior e se tornar protagonista de nossa história. Sabe aquela sensação de sair daquele estágio do refrão da música do Zeca pagodinho "deixa a vida me levar, vida leva eu' e descobrir um novo mundo onde você é o comandante.
A zona de conforto não é tão prejudicial assim. Ela faz parte de um ciclo maior e deve ser encarada como o início de um processo. O que é errado é permanecer nela.
Em minha palestra “O poder da motivação em tempos de desafio” uso o alpinista como exemplo de planejamento, esforço e determinação.
Com uma visão diferenciada ele não olha para a montanha como um obstáculo, mas sim como uma oportunidade de superação. Por isso cria estratégias que o ajudarão no seu propósito.
E como parte de sua estratégia ele divide sua visão em quatro estágios, todos eles importantes para conquistar o seu objetivo final, que é atingir o topo. São eles:
Zona de conforto: é o sopé da montanha. O local de preparar a subida. Com toda infraestrutura de um bom e confortável alojamento, torna-se ideal para o planejamento e adaptação para o início da subida. Mas ele tem consciência que se quer atingir o objetivo é preciso sair dali.
Zona de insegurança: é a segunda etapa do ciclo e primeira parte prática da escalada. Aqui as coisas começam realmente a acontecer. É a fase de enfrentar o desconhecido e isso traz o medo, que tem roubado os sonhos e gerando as dúvidas, que leva muitos desistirem da empreitada. É nessa hora que é preciso acionar o botão da superação. Chamo essa fase de linha de motivação, onde sua persistência é posta à prova.
Zona de transformação: é o estágio da montanha que antecede o topo e o mais desafiador. Aqui o alpinista toma consciência da necessidade maior de mudança e adaptação. O ar mais rarefeito e inclinação mais acentuada da montanha torna a subida mais difícil e perigosa. É momento de buscar as últimas forças para fechar com chave de ouro a sua jornada. Mas ele já consegue visualizar o topo e isso o motiva a continuar.
Zona de Conquista: É o estágio final da escalada, onde o topo representa o sonho realizado. Nada substitui esse estágio. Esse momento é o ápice que todo alpinista almeja. Agora é desfrutar dos benefícios dessa realização. A visão ampliada lá do topo traz a recompensa por todo esforço dispensado. Isso o motiva e o prepara para novos desafios.
Você sabia que o avião só consegue levantar voo contra o vento e os grandes marinheiros se fazem em mares revoltos? É preciso sair da zona do conforto e encarar os desafios como oportunidade de crescimento, por que o sucesso não acontece na zona de conforto.
Lembre-se o que não te desafia não te motiva e o que não motiva não te transforma.
Pense nisso, viva isso!!!!
Eduardo Martinez, o Dr. Motivação, é CEO da Top Training Treinamentos e Palestras, Palestrante, Escritor e Especialista em gestão de Pessoas.
Comments