Já foi o tempo do líder autoritário que agia como um chefe que mandava e a equipe se submetia. Afinal, o líder estava naquela posição para cumprir sua função primordial de manter todos no mesmo nível, independente da individualidade de cada um e sendo um mero cumpridor de metas.
Texto por Marivel Duncan – Colunista Gente Mais especialista em resolução de conflitos
O tempo passou, novos conceitos de liderança vieram. Mas acreditem, ainda há líderes assim!
Infelizmente, atualmente temos diversos conflitos, mal entendidos, preconceitos, não valorização da sua equipe pelos líderes que ainda não acordaram para uma liderança humanizada. Eles ainda não começaram a atravessar a ponte que divide o chefe do líder humanizado.
Muito provavelmente você conhece pessoas que já foram humilhadas em seu ambiente de trabalho com palavras agressivas desproporcionais ao evento profissional.
Por que ainda existem líderes desatualizados em suas lideranças?
Por que ainda impera nas corporações a amizade que encobre erros de caráter que não coadunam com o profissionalismo humano exigido nos novos tempos?
Mudar exige esforço cerebral. Quando uma pessoa só conheceu uma educação rígida de obediência, ela vai reproduzir na vida adulta nos seus diversos setores, até na família com os filhos e com o cônjuge, um papel de autoritarismo, impondo ideias, valores individuais e regras.
Tratar as pessoas como se elas fossem meros cumpridores de tarefas é dar mais importância às regras que ao ser humano que faz parte, inevitavelmente, de todos os sistemas.
Andy Stanley disse: “Regras sem relacionamento geram revoltas”. Assim, os líderes que possuem a ideia de que sua equipe vai seguir regras impostas, atendendo a missão e cultura da empresa, percebem que a equipe se desconecta no meio do caminho. Desengajam facilmente, não possuem a motivação necessária que faz parte da natureza do ser humano. Engajamento da equipe requer valorização. Valorização requer relacionamento. Qualquer relacionamento requer comunicação. Comunicação requer conexão. Isso não faz parte de cumprir regras. Faz parte de começar a jogar um novo jogo, o jogo da liderança humanizada. E neste jogo as regras não são somente da empresa, são também considerados os modelos mentais de cada um de seus liderados. É preciso começar com a base, alinhando os valores de cada um da equipe com os valores da empresa.
Cada pessoa possui habilidades singulares que quando motivadas e treinadas geram alta performance. Para o líder acessar estas habilidades dos seus colaboradores é preciso conhecer cada um deles, é preciso conhecer sobre gente.
Alguns passos para alcançar uma liderança humanizada:
1- Conecte-se com cada um de sua equipe. Mantenha na agenda uma conversa individualizada. O líder que costuma só falar para o coletivo perde oportunidade de conhecer sua equipe.
2- Ame as pessoas que você lidera. O líder não tem que passar desapercebido, ele precisa fazer a diferença.
3- Seja empático: ouça mais, sorria mais.
4- Reconheça as habilidades de sua equipe: “Elogie com gritos e critique com sussurros”. Esta frase é dos Treinadores do Detroit Pistons, Chuck Daly e Brendan Suhr. “Elogiar gritando” significa reconhecer alguém na frente de seus pares, aumentando a autoestima. “Criticar sussurrando” significa que você prestou atenção na dificuldade de alguém e que se propõe a capacitá-lo.
Quando o líder assim procede ele aproveita o que sua equipe já possui (habilidades) e identifica o que está faltando em cada um para alinhar no mesmo propósito da empresa.
Portanto, caro leitor, humanizar não é só fazer um break na sexta feira à tarde para comemorar os aniversariantes do mês. Não é só organizar um churrasco no final do ano, bem como não é tratar bem seu liderado casualmente de forma isolada de acordo com o estado de espírito.
Liderança humanizada é uma moderna e imprescindível forma de liderar na era da globalização, da digitalização, da inovação e dos tempos ágeis.
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