Quando se fala em conflitologia – a ciência que estuda os conflitos – a gente sabe que falta diálogo entre as pessoas.
Texto por Marivel Duncan – Colunista Gente Mais especialista em Resolução de Conflitos
O diálogo entre as pessoas é realmente essencial. E quando falta diálogo na nossa própria mente? Quando nossos diálogos internos não se entendem? O que pode acontecer quando vence a voz interna do medo, da insegurança, da competição, da vaidade? É muito triste ver um profissional com potencial de alta performance não gerar resultados porque duvida de si mesmo e não se relaciona bem com seus colaboradores.
Mas os conflitos interpessoais nada mais são que o reflexo dos conflitos internos. Quando criança talvez você tenha escutado frases que levaram você a concluir que a vida é assim mesmo. “Você deveria saber que não se deve discordar dos mais velhos”. “Criança não tem voz”. “Isso não é para nosso bico”. “Os ricos são desonestos”. “Não se pode ser rico e espiritualizado ao mesmo tempo”.
Quantas frases definidoras da consciência que almejam o desconhecido para criar muito além do óbvio!
É no início da carreira que os diálogos começam a ter uma identidade própria. O jovem ainda está confuso e enfrentando o conflito entre ser dependente e repetir frases e comportamentos dos pais e ser uma pessoa com independência financeira.
No ambiente de trabalho o adulto jovem troca informações, sentimentos e emoções com seus colegas. Nesta troca os pares se associam com pensamentos idênticos e outros se afastam por perceberem que a vivência, as ideias são antagônicas. Todavia, a regra de ouro é discernir que o código moral pode ser diferente mas não impede que os talentos e observações profissionais podem se harmonizar mesmo entre pessoas com personalidade diferentes.
Se cada pessoa agisse como um líder de si mesmo e de cada par ou grupo com os quais lida, saberia separar o que pode ser útil em alguém para determinado projeto e ter a percepção que o jeito diferente de alguém é só um jeito diferente do seu.
O conflito ocorre quando não há o diálogo essencial, o que importa, o que é útil em alguém naquele momento.
Já perceberam que rotulamos uma pessoa para a vida toda e a descartamos rapidamente, mesmo que você encontre com ela após cinco anos?
A liderança consiste no líder ser um curioso interessado na pessoa, ser um “nada sei sobre este liderado”.
Desta forma, o líder sai da posição superior e não entra em conflito. O conflito só acontece quando não há o diálogo.
Como sempre afirmo, alimentar conflitos é perda de tempo, é dar mais valor ao orgulho que a sensatez. É aprisionar as ideias e os comportamentos por décadas, deixando a imaginação negativa sobre alguém vencer (diálogo interno), sem dar a chance de um bom diálogo acontecer.
Benefícios do diálogo:
1- Troca de informações e sentimentos muito intensos entre as pessoas.
2- Saúde hormonal, pois quando o diálogo acontece o nosso corpo produz os hormônios da felicidade
3- Disposição para trabalhar e produzir: quando ocorre o diálogo, as pessoas enriquecem suas mentes com mais ideias
4- Clareza mental e foco: ao conhecer melhor sobre o ponto de vista do outro em um diálogo, fica fácil compilar todos os pensamentos, retirar o que não contribui e aproveitar o que pode ser útil. Assim surge o foco, é quando está claro o objetivo.
5- Sentimento de fazer parte: quando alguém se sente fazendo parte, há um relaxamento emocional, neste momento abre-se a atenção plena da cognição criativa, a mente fica no auge de suas criações.
O diálogo é a verdadeira chave para resolver os conflitos. O diálogo faz parte da comunicação eficaz.
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