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Ricardo Limão

Café com limão - Um novo profissional requer novas habilidades

Por Ricardo Limão*


Prática e teoria juntas, em conjunção perfeita, integrando-se com um só foco, o resultado transformado em sucesso.



Este artigo é fruto de uma conversa realizada anos atrás com uma querida amiga, a psicóloga Júlia Ramalho Pinto, gestora da Estação do Saber e entusiasta pelo estudo do impacto da tecnologia nas carreiras, na gestão e na sociedade.

Escrevemos um artigo juntos, onde abordamos as habilidades para as tarefas do futuro, novos trabalhos, novas habilidades. Não imaginávamos que esse futuro bateria na nossa porta de maneira tão ostensiva. Ainda estávamos naquele mundo que antecedeu a pandemia, ainda vislumbrávamos algo que estaria por vir. Veio com todo o peso, de uma única vez e nos pegou de surpresa!


Adaptamo-nos do dia para a noite a uma nova estrutura profissional


Até então, estabelecemos a jornada rumo ao futuro do trabalho pautado em três pontos: que com o avanço da tecnologia muitos profissionais darão espaço às automações, porém novas oportunidades surgirão; que o conceito de profissão deixará de fazer sentido e, como terceiro ponto, a necessidade do desenvolvimento de novas habilidades para atuar neste novo modelo de mercado.


Com o olhar que me compete, o de consultor corporativo, este futuro que já havia começado a ser desenhado, desabrochou neste triste período de confinamento. A força de trabalho se tornou remota por imposição e necessidade, a prestação de serviço ganhou mais mobilidade e flexibilidade, o trabalho e a localização se tornaram dissociados. Isso tudo já era pensado e já estávamos caminhando nesta direção, porém o modelo tradicional ainda atingia a maioria.


MUDAMOS, REPENSAMOS, ADEQUAMOS


Para além do home office imposto, há um impacto positivo nessa adaptação ao novo modelo de mundo. De um lado o crescimento da demanda e o aumento na qualidade do serviço ofertado, onde os profissionais passam a entregar projetos de qualquer lugar; do outro lado as empresas recebem a possibilidade de selecionar profissionais mais qualificados para realizar projeto específicos.


Mas o que realmente importa? A essência da nossa conversa de hoje é a ressalva de que, se as pessoas e as empresas que não se prepararem para esse novo mundo, dificilmente garantirão espaço no mercado.


O surgimento de novas relações profissionais requer o desenvolvimento de novas habilidades. Novas demandas ocupacionais estão adiante da qualificação técnica, que nunca deixará de ser importante, porém não é exclusiva. Para que haja qualificação neste modelo, além da competência específica na sua área, o profissional passa a ter que se ocupar cada vez mais com a ampliação da sua inteligência social, um conjunto de habilidades sociais que estão além do currículo formal.


Citando o professor Vicente Caball, doutor em psicologia, as habilidades sociais são um conjunto de capacidades comportamentais aprendidas e que fundamentam as interações sociais. Mais ainda, a habilidade que dá base a toda interação social é a comunicação integral - verbal, gestual , corporal.


Reforço que a comunicação, além de transmissão de uma mensagem, é a capacidade de ler o interlocutor e o ambiente, de entender o mapa mental do outro – indivíduo ou grupo - com quem estamos nos relacionando. Além da comunicação, outras habilidades são igualmente importantes e carecem de desenvolvimento, como a assertividade, a empatia, o trabalho conjunto, entre outras.


ESSAS HABILIDADES PODEM SER ENSINADAS E APRENDIDAS


Para aqueles que estão ativos e precisam se adaptar a esse novo mercado profissional, dois conceitos se destacam: aprendizagem contínua (lifelong learning) e andragogia.

O primeiro ressalta a importância de nunca parar de estudar. Se refere a uma busca contínua, voluntária e auto motivada pela atualização do conhecimento profissional, acadêmico ou pessoal. O aprendizado que é perseguido durante a vida deve ser um aprendizado flexível, diverso e disponível em diferentes tempos e lugares. Cruza setores, transpassa a escola tradicional e se molda como um hábito ao longo da vida adulta.


O segundo conceito, da andragogia, se configura como uma grande aliada não só na educação individual, mas também no treinamento de equipes. Sua metodologia é focada em conhecer quem é o aprendiz, entendendo o que ele espera, como age e seus desejos, os subsunçores de cada um. Compreendido quem é esse indivíduo, elabora-se uma estratégia personalizada para potencializar a qualidade do ensino e os resultados que serão obtidos. Para as empresas, potencializar o treinamento de seus funcionários e desenvolver habilidades tornam-se investimentos importantes que serão úteis nas novas tarefas destinadas ao homem realizar.


Para fechar nosso bate-papo, deixo aqui a ressalva: Busque novas habilidades, aprimore sua comunicação, qualifique-se não só tecnicamente, mas desenvolvendo sua inteligência emocional e ampliando competências sociais. Não pare, continue sempre, ao longo da sua vida. Conhecimento é a maior dádiva do ser humano! Nos encontramos no próximo Café com Limão.


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